quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Fim de curso, começo de estrada

Salve.

Finalmente tenho um tempinho para postar. Meu curso acabou já faz duas semanas, minha idéia de blogar todo o curso foi por água abaixo, mas tudo bem, o que vale é que ele foi MUITO BOM!!! Sim, MUITO BOM!!! Me atrevo a dizer que foi o melhor investimento que eu já fiz em toda minha vida, não derramo uma lágrima por um centavo que eu gastei lá. Acho que esse é um dos maiores elogios que alguém pode fazer.

Descobri que o Cinema é muito legal, mesmo por trás das câmeras, algo que eu não tinha tanta certeza antes do curso. Realmente estou decidido a tentar adentrar nesse mundinho, embora a vida e as contas não estejam tão ansiosas quanto eu. Ao fim do curso rodamos um curta-metragem de 10 minutos (originalmente ele deveria ter 4 minutos), chamado "Meu encontro com Naomi Campbell", que foi uma experiência muito legal, embora tenhamos enfrentado uma dose de problemas, mas Murphy até que foi legal. No dia seguinte eu dei uma ajudinha para outra equipe rodar o curta deles, o que foi muito cansativo, porém, instrutivo. No fim deu muito certo, o filme, chamado "Zeca e as pernas", ficou muito legal.

Nesse segundo curta acabei conhecendo o Flávio Barollo, que foi o protagonista, o tal Zeca, e ficamos camaradas. Ele me convidou para rodar um curta com ele na semana seguinte ao fim das aulas e lá fui eu novamente ajudar a produzir o bichinho. Foi meio em cima da hora mas também deu certo, conseguimos rodar a maior parte dele e só faltaram umas duas cenas que vamos rodar na próxima semana. Foi outra experiência legal, mas foi diferente, em grande parte por estarmos fora da AIC. É estranho trabalhar com pessoas que têm outra formação técnica, mas eu aprendi muito e também me diverti, pessoal muito bacana. Tratarei desse curta em maiores detalhes no futuro, quando ele estiver mais pronto eu já tiver um link na web. Mais interessante do que falar é ver.

Tenho mais dois curtas em vista, se tudo correr bem terei novidades até o próximo post. Enfim, achei um novo caminho, agora é trabalhar para chegar até o fim dos tijolos amarelos.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

AIC - Terceira Semana

Minha intenção de blogar o curso dia-a-dia foi por água abaixo. Não dá é muito complicado, não tive como arranjar tempo para fazê-lo apesar da vontade, o curso é bastante exigente e não tive cabeça para postar todo dia. Gostaria de deixar claro que isso não é ruim, pelo contrário, mostra que o curso te destroi a ponto de não deixar você se concentrar em coisas bobas, te enche a cabeça de idéias e reflexões que vão noite a dentro.

O efeito colateral é que você fica um chato com cinema, não consegue mais assistir um filme sem pensar em movimentos de câmera, profundidade de campo, coerência do roteiro, símbolos invisíveis da arte, etc. Isso é bom, mas tira um pouco do prazer de assistir um filme só pelo entretenimento, mas traz novas perspectivas.

Para não dizer que eu não postei nada, segue uma crônica que serviu de base para um roteiro que ficou em 4o lugar na votação da sala, feita para eleger três roteiros que estão sendo produzidos como trabalho de conclusão do curso. Pena que ele não foi eleito, mas pelo menos eu poderei produzí-lo, dirigí-lo e fotografá-lo do meu jeito. Sei que é meio bobo mas foi escrito em cinco minutos, o que dá a ele alguns pontos extra pelo custo/benefício.

Flores Brancas

Pedro caminha sorridente pelo centro da cidade, seu olhar perdido mas alegre. Esbarra nas pessoas, pede desculpas, e segue seu caminho. Ele se detém numa banca de flores, pede um buquê de rosas, com bastante daquelas florezinhas brancas, ele sabe o quer. Ele acompanha atentamente o trabalho do florista fazendo seu pedido, paga, e segue andando. Para num ponto, pega um ônibus, cuida das flores como se fossem um bebê. Chega a sua parada e se dirige para um portão de ferro, grande e antigo. Caminha por entre árvores e chega a seu destino. Deposita as flores junto ao túmulo, se senta e conversa com sua amada. Ele sorri.

12/07/2007

terça-feira, 10 de julho de 2007

Curso Intensivo de Cinema - AIC - Dia 1

Hoje eu começo uma nova seqüência de posts e espero não interrompê-la até o fim do curso, que deve ser lá pelo dia 3 de Agosto. Nesses posts eu pretendo comentar minhas experiências no Curso de Férias Intensivo de Cinema da AIC (Academia Internacional de Cinema) aqui em São Paulo. Discutir se é bacana, se não é, se estou aprendendo alguma coisa, etc. Se você caiu aqui por uma pesquisa no Google, então fique avisado que essas são as minhas opiniões pessoais, não me responsabilizo por nenhuma decisão que você venha a tomar com base nelas. Se você quer saber como é o curso antes de investir seu rico dinheirinho, essa pode ser a oportunidade.

Só para constar, a idéia do curso é dar um panorama geral sobre todas as fases da produção cinematográfica sem dar grande ênfase em nenhuma delas, através de uma abordagem mão na massa, possibilitando que os alunos saiam com uma noção melhor do que é fazer cinema. O curso é ministrado todos os dias durante 4 semanas das 9:00 às 18:00, dividido em cinco aulas de 1:30h cada. Nas duas últimas semanas deveremos fazer um curta metragem para experimentarmos em primeira mão como é a produção de verdade, ainda que em pequena escala. Agora, aos fatos.

Cheguei às 9:00 em ponto e, apesar do professor se atrasar uns minutinhos para o começo da aula, tudo correu bem. O primeiro professor foi o André Schutz, um cara bacana, aparentando uns 30 e poucos, de fala agradável e aberto, que é o coordenador do nosso curso e também ministrará as aulas de fotografia, gostei da figura. Ele deu uma geral sobre o curso, a estrutura da academia, o que esperar e o que não esperar do curso e tal, um overview rápido mas eficiente. Logo de cara somos lembrados que esse não é um curso em que você sai especialista em qualquer coisa de cinema, não vai fazer um longa e talvez nem dirija o curta que devemos fazer até o fim do curso, já que a produção dele será feita em grupo e cada pessoa será responsável por um departamento (direção, fotografia, elétrica, etc). Como não poderia faltar, ele pediu que cada um se apresentasse e explicasse o que espera do curso, o que não foi tão ruim, e me surpreendeu ao mostrar que, dos 17 alunos na classe, apenas 3 são de São Paulo, todos os outros vieram de outras cidades ou estados, muito interessante. Não vou descrever a turma, basta dizer que parecem ser gente boa, cada um com uma experiência e visão diferente do cinema.

Após um intervalo apareceu a segunda professora, a Marina Santonieri, que será a responsável pela parte de produção. Antes de começar o curso eu já tinha uma boa idéia do que era a produção e, embora não conheça seus detalhes, me pareceu que minhas impressões estão corretas. O que mais gostei da abordagem dela é que ela não fica presa a abordagens teóricas muito rígidas e privilegia os resultados às regras, e que todos departamentos envolvidos na produção de um filme tem igual importância, o que me parece bastante sábio. Uma das coisas que eu não sabia é da existência de um manual de produção, que define quais os passos da produção, quem está envolvido em cada etapa e quais suas responsabilidades, o que se faz em cada uma delas, quais as planilhas utilizadas durante o processo, etc. Apesar disso parecer um daqueles horrendos manuais de normas e procedimentos das multinacionais, essa papelada parece fazer algum sentido e ter utilidade prática real, já que ele tem as ferramentas formais para coordenar as informações entre todos os envolvidos e definir como devem ser as interações e responsabilidades de uma maneira geral. Aparentemente cada produtora tem um manual próprio, mas não sei se é exatamente assim, vou perguntar.

Depois de uma pausa para o almoço, tivemos uma aula com a Nina sobre roteiro, ou melhor, story telling. Ela fez questão de explicar essa diferença, já que um curso de roteiro envolve uma quantidade de tempo, leitura e análise que não é factível num curso intensivo, então o story telling é, digamos, um roteiro-light, onde o importante é contar uma estória, sem o formato, detalhamento ou complexidade de um roteiro de verdade. Eu achei que essa é uma abordagem bastante interessante e prática, dado o pouco tempo que teremos. Pelo que entendi ela quer dividir a teoria da coisa em algumas partes começando pela criação de personagens e depois falando sobre a trama. Para iniciar o primeiro ponto, ela fez uma dinâmica interessante para discutir o que faz uma personagem ser interessante e atraente ao público, o que ela precisa ter para ser crível. Resumindo muito, para ter sucesso o público precisa se identificar com a personagem, e para isso ela precisa ter qualidades E defeitos (notaram a ênfase?), seja ela protagonista ou antagonista. Isso também gerou uma discussão interessante sobre identificação X admiração, e quando vemos essas características serem expressas, que foi bastante interessante, e acho que merece um post exclusivo no futuro.

Por último tivemos aula de edição com o Beto Matuck, maranhense paulistano há 17, também atua como produtor. Cara bacana, conversamos durante a viagem do metrô na volta para casa. A abordagem dele para edição não é simplesmente falar de técnicas (fade-in, fade-out, sobreposição, etc) ou ferramentas (After Effects e derivados) e sim falar sobre a estética do cinema, incluindo um panorama histórico. Ele fez sua apresentação através de uma série de DVDs de filmes antigos, começando por Intolerância do facista D.W. Griffith, e passando pelos russos (talvez soviéticos seja mais apropriado), com Pudovkin, Eisenstein e seu obrigatório Encouraçado Potemkin, e um cara que eu não conhecia, chamado Dziga Vertov, com um filme alucinante chamado "Um Homem com uma câmera". Foi bem interessante ver filmes dos anos 20 que tem uma edição tão trabalhada, rápida e rebuscada quanto o último clipe da Madonna, só que feito sem o auxílio de computadores, especialmente esse último, muito legal mesmo. Obviamente não deu para assistir eles inteiros, mas pretendo remediar isso em breve.

Por hoje é só. Espero continuar amanhã com mais novidades e uma resenha sobre "Filhos da Esperança" (Children of Men), que eu assisti hoje e tem tudo a ver com a discussão sobre montagem, além de ser muito legal. Até.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Liberalismo, pero no mucho


Hoje recebi por e-mail um texto do Reinaldo Azevedo criticando a postura do Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, pelo seu projeto de limitar o contéudo e os horários de exibição de propagandas de bebidas e alimentos "prejudiciais à saúde" na TV. Minha posição sobre o assunto? Sou contra. Por que? Acredito na liberdade de expressão e na responsabilidade de cada pessoa por suas decisões, o que inclui suas decisões alimentares, para si mesmo e para seus filhos.

Acredito que a intenção do ministro seja boa, no sentido de esse projeto não irá beneficiá-lo pessoalmente ou a seus amigos, que ele deseja proteger as pessoas dos males que esses alimentos podem trazer. Também compreendo que sua função é zelar pela saúde do povo, o que inclui casos de obesidade, diabetes, alcoolismo e todas os problemas trazidos pelos produtos que ele deseja "censurar", mas será que essa é a melhor opção?

Tenho certeza que seria melhor educar as pessoas, para que elas pudessem tomar suas decisões da melhor maneira possível, mas num país cujo índice de analfabetismo funcional gira em torno de 26% (IBGE), a qualidade o ensino é bastante discutível e a TV é o professor/baba/pai/mãe de uma quantidade absurda de crianças, será que essa "proteção" não seria bem vinda? Os defensores do livre mercado a qualquer custo não acham que isso tenha qualquer importância, nem mesmo como uma leve lembrança, mas acho que isso faz diferença sim, embora não creio que seja suficiente para validar o projeto.

Apesar disso, o motivo desse post não é falar sobre o projeto do ministro, mas sim sobre o texto do tal Reinaldo, que pode ser encontrado no seu blog da Veja aqui, e outras referências sobre ele podem ser encontradas aqui e aqui. Apesar de alguma coisa do que ele escreve fazer sentido, e concordarmos sobre o fato de que o projeto em questão não deve ser executado, ainda que por razões muito diferentes, não dá para não rir quando se lê sua acalorada defesa da Globo. Será que algum de nós, em sã consciência e educação, acredita por um segundo que a Globo é uma pobre empresa de comunicação cujo sucesso só depende de sua incrível qualidade? Será que o monopólio da Globo se dá sem que eles exerçam uma influência absurda na sociedade e na política? Que a Globo só utiliza recursos da emissora e não tem fontes externas, como a Igreja Universal para a Record? Será que eles não utilizam seu poder para barrar a entrada de concorrentes no seu mercado?

Digo isso porque a Globo, assim como todas as outras TVs, só pode funcionar porque possuem uma concessão governamental, que não é concedida a qualquer um, e que, dizem, foi dada a Globo por seu apoio ao regime militar. Hoje há uma discussão interessante sobre a liberação do espectro de radiofrequência para qualquer um interessado em utilizá-lo, independente da autorização do governo, baseado no conceito de commons. Não é um assunto rápido de se tratar, e prometo um post dedicado a ele e ao livro "Comunicação digital e a construção dos commons" que trata do assunto, mas parte de uma idéia liberal que, embora tenha esse nome, não é muito bem vinda pelas atuais forças de mercado, que advogam pela liberação e não intervenção governamental sempre que conveniente, como é o caso da Globo que faz de tudo para barrar essa idéia que poderia permitir a qualquer entidade criar sua própria rede de TV e competir com ela.

Sendo assim, como podemos usar o argumento da "liberdade de mercado" para defender uma empresa que se vale da criação de barreiras de entrada, inclusive leis, para se proteger? Acho que isso é o que se pode chamar de liberalismo pero no mucho, ou liberalismo conveniente.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Sniper

Nada como um pouco de ação com os Marines norte-americanos para desanuviar a cabeça. Uma das coisas legais de se assistir filmes sobre ações militares norte-americanas, sejam baseados em fatos reais ou não, é que elas nos mostram um pouquinho do que se passa em suas cabeças. A bola da vez é "O Atirador" (Sniper), filme de 1993 com Tom Berenger e Billy Zane. Eu sei que o casting não estimula muito, mas poderia ser muito pior. Vamos a trama.

A República de Bananas do Panamá, que está sob a proteção/intervenção do Tio Sam, está prestes a realizar uma eleição "democrática", mas o Conselho de Segurança Nacional, do Tio Sam é claro, descobriu planos para um golpe militar. Para salvar a pobre nação de mais um regime ditatorial, decidem executar uma ação clandestina para assassinar o general golpista e seu financiador, um traficante colombiano que deseja ter livre acesso ao Canal. Para garantir o sucesso da missão, eles recrutam Richard Miller (Billy Zane), medalha de prata nas Olimpíadas de 1988 e sniper da SWAT, que deveria garantir que a missão fosse bem sucedida, mesmo que tivesse que matar seu parceiro, o Sargento Thomas Beckett (Tom Berenger), caso ele não coopere.

Com uma trama dessas, só podemos esperar desenrolar óbvio: o Sgt. Beckett é o melhor atirador dos Marines e manja tudo da selva panamenha, tem um papel paternal/mentor para o jovem da cidade que só quer se dar bem com os burocratas em Washington. Eles conseguem matar os malvados após grandes sacrifícios pela pátria. Não bastasse isso, a trama tem furos absurdos, como, por exemplo, para que contratar um sniper chinfrim que nunca pisou na selva para garantir a missão se o Sargento é mega-caxias e cumpriria suas ordens até no Inferno? Além disso, a atuação de Billy Zane é terrível, não dá para acreditar que aquele cara é um super-atirador nem em um milhão de anos, e os guerrilheiros panamenhos são estereótipados sem nenhuma pena.

Tom Berenger tem uma performance razoável, ainda que robótica, tipo Governador da Califórnia, mas consegue ser crível. Becket é uma versão light e "boazinha" do seu Sargento Barnes em "Platoon" (1986 - escrito e dirigido por Oliver Stone), papel que lhe garantiu uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante juntamente com Willem Dafoe, interpretando seu oposto, o bondoso Sargento Elias. Mas a comparação para por aí, já que "Platoon" é um filme de guerra de verdade, não de guerrinha pré-fabricada, com uma escala infinitamente superior à "O Atirador" em todos os aspectos, de qualidade de casting e rotieiro até orçamento.

O filme não fazer nenhuma discussão sobre as questões políticas por trás da trama, é claro, reduzindo-o a uma peça de propaganda pró-EUA e seu "intervencionismo em prol da democracia". Em nenhum momento alguém se pergunta se aquilo é certo ou não, exceto por uma mini-discussão de que "matar é difícil" entre Beckett e Miller, mas isso é feito durante uma crise de consciência de Miller tão inverossímil que se perde a força. No mais, são locações de selva e explicações sobre a cultura sniper até o fim, valendo apenas por esse último item, pelo menos para quem gosta do assunto. O filme teve duas seqüências que foram direto para o vídeo, sendo que eu tive a infelicidade de assistir a uma delas. É nesse momento que você percebe o quanto "O Atirador" é bom, e que o casting poderia ser muito, mas muito pior.

Serviço:
"Sniper" (O Atirador) - 1993 - TriStar
Diretor: Luis Llosa
Roteiro: Michael Frost Beckner e Crash Leyland
Atores principais: Tom Berenger (Tomas Beckett) e Billy Zane (Richard Miller)
DVD no Brasil: Genérico
Pitaco: Só para fans de snipers

Links:
Sniper (filme), Tom Berenger, Billy Zane, sniping na Wikipedia
Sniper, Tom Berenger, Billy Zane no IMDB

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Batmen

Vendo as novidades em Batman-on-Film eu fui surpreendido por essa incrível peça jornalística. Um site que eu nunca ouvi falar, Cracked.com, publicou uma matéria sobre todos os atores a vestir a capa e orelhas do Cavaleiro das Trevas na telona, mas com comentários sarcásticos para todos os lados. De Adam West a Christian Bale, uma "análise detalhada" de suas capacidades de combate ao crime e senso de moda. Além de textos engraçados, o site traz várias fotos e trechos dos filmes diretamente do YouTube.

Santa pancinha Batman!

Para aqueles que quiserem dar mais algumas risadas com BatWest, eu tomei a liberdade de fazer uma rápida pesquisa sobre o Batusi. Para os não iniciados, o Batusi é a bat-dança voodoo que BatWest criou para o seriado dos anos 60, que, além de ser um hit na época, foi reproduzido em vários outros lugares, como, por exemplo, na famosa cena de twist de Pulp Fiction e uma cena especial em Os Simpsons dublada pelo próprio Adam West. Seguem os links:


O primeiro Batusi


Uma múmia


BatWest X Homer

Após essas incríveis cenas, "Batman Begins" deveria ser colocado num altar, e, pelas notícias até o momento, a seqüência "The Dark Knight" promete ser tão boa ou até melhor. Abaixo, um tira gosto de TDK.
Novo uniforme

Batpod - Nova reencarnação da Batmoto

Annie Hall

Começar com o pé direito é sempre uma boa idéia. No mínimo se dá um passo certo. Depois de postergar por 3 meses, resolvi assistir "Annie Hall" de Woody Allen, que em português tem o péssimo título de "Noivo neurótico, noiva nervosa". Acho que essa resistência se deve ao fato de não gostar de Woody Allen. Vou explicar.

Não dá para criticar uma quase-unanimidade como ele sem ser tachado de idiota, mas isso não muda o fato de eu não gostar dele. Minha crise é que eu o acho um péssimo ator, e até hoje não ví um único personagem interpretado por ele que seja diferente, todos alter egos descarados. Vou ouvir "É óbvio! Isso é parte do estilo!", ok, mas depois de algum tempo a piada cansa. Acho que ele é excelente como roteirista e diretor, e não incomoda tanto quando aparece pouco, com por exemplo em "Igual a tudo na vida" (2003).

Voltando a vaca fria, devo admitir que o filme é muito melhor do que eu esperava. Embora Allen esteja no centro do filme, com seus trejeitos e estilo habitual, gostei muito do personagem, e pior, me identifiquei demais com ele. Acho que o melhor adjetivo para o filme é sincero, tão sincero que chega a doer. Mesmo sendo uma comédia, não dá para deixar de notar e compreender as angústias do relacionamento de Annie e Alvy, e sentir suas pequenas mas deliciosas alegrias. A atuação de Diane Keaton é muito boa, embora seja suspeito para falar porque eu a adoro, e suas melhores cenas são a primeira conversa na quadra de tênis e quando ela canta "Seems Like Old Times", que estou procurando na Internet.

Uma coisa muito legal também são as tomadas longas e ininterruptas, cheias de falas. Acho que isso deixa a cena mais real, e os atores podem mostrar mais suas qualidades ou defeitos, algo que me lembra muito o teatro. Além disso tudo, o filme tem várias curiosidades como várias cenas com atores que ficariam famosos, como Christopher Walken, Jeff Goldblum (Independence Day) e John Glover (o Lionel Luthor de Smallville). Na Wikipedia constam outros atores e curiosidades, vale a pena dar uma olhada.

No fim, esse é o segundo filme do Woody Allen, com o Woody Allen, que eu gosto. O primeiro foi "Match Point" (2006). Apesar das minhas críticas, seus filmes valem o ingresso, ou o sofá.

Serviço:
"Annie Hall" (Noivo neurótico, noiva nervosa) - 1977 - MGM
Diretor: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen e Marshall Brickman
Atores principais: Woody Allen (Alvy Singer) e Diane Keaton (Annie Hall)
Vencedor de 4 Oscar (melhor atriz, melhor filme, melhor roteiro, melhor diretor), vencedor do BAFTA de melhor filme
DVD no Brasil pela Gol Filmes (vai entender)
Pitaco: Vale muito a pena.

Links:
Annie Hall, Woody Allen e Diane Keaton na Wikipedia
Annie Hall, Woody Allen e Diane Keaton no IMDB